Os erros inatos do metabolismo são doenças genéticas, na maior parte hereditárias, que causam o mau funcionamento de alguma via metabólica relacionada ao processamento ou armazenamento de moléculas presentes nos alimentos, como carboidratos, proteínas e ácidos graxos.
BIOLOGIA: O ESTUDO E A VIDA
Maria Victoria Machado
sexta-feira, 18 de outubro de 2024
Aneplouidias autossômicas*
Alterações cromossômicas são mutações que acontecem, como o nome sugere, nos cromossomos. Existem dois tipos de mutação, a gênica e a cromossômica. Na gênica ocorrem mudanças na frequência das bases nitrogenadas do DNA, ou seja, acontece uma alteração no padrão do código genético.
Na mutação cromossômica, ou alteração cromossômica, ocorrem mudanças no número ou na estrutura dos cromossomos. As alterações cromossômicas podem ser numéricas ou estruturais.
Tipos de alterações cromossômicas
Alterações numéricas
Existem mutações cromossômicas numéricas e alterações cromossômicas estruturais. As alterações numéricas podem ser por euploidias ou por aneuploidias. As euploidias ocorrem em lotes de cromossomos e a aneuploidia por unidade.
Por exemplo, a espécie humana possui 46 cromossomos no total. Desses 46, 23 são fornecidos pelo pai e os outros 23 pela mãe. Portanto, são 23 lotes de duas unidades, ou pares de cromossomos. Nesse caso, quando ocorre uma euploidia, ocorre a mutação com o aumento ou diminuição de 1, ou mais pares.
Na espécie humana euploidias são inviáveis, ou seja, o embrião não consegue se desenvolver. Uma das formas de representar uma euploidia é a seguinte: um indivíduo sem mutação possui 23 pares de cromossomos, logo pode-se dizer que ele é 2n.
Porém, em um indivíduo que sofreu uma euploidia, em vez de pares, ele pode possuir 3 ou 4 cromossomos em todos os lotes possíveis. O que produz, ao final, 3n ou 4n, ou seja, um organismo triploide (3n) ou tetraploide (4n). Vale ressaltar que na espécie humana esse tipo de situação não acontece, mas nas plantas é muito comum.
Por outro lado, as aneuploidias são alterações cromossômicas muito comuns nos seres humanos. Elas também são alterações cromossômicas numéricas, tal qual as euploidias, no entanto, não ocorrem em todos os lotes de cromossomos.
As aneuploidias costumam ocorrer em lotes específicos de cromossomos, uma das aneuploidias mais conhecidas é a Síndrome de Down.
Na síndrome de Down, em vez de um par de cromossomos, ocorrem três, isto é, uma trissomia em vez de uma dissomia (um par).
A alteração acontece, pois, em vez de dois cromossomos no 21º lote, ocorrem três, ou seja, uma trissomia no cromossomo 21. Logo, a síndrome de Down também é conhecida por trissomia do cromossomo 21.
As alterações cromossômicas estruturais acontecem diretamente no cromossomo, seja na unidade ou no par. Elas são de 4 tipos: por deficiência ou deleção, duplicação, inversão e translocação.
Esquema demonstrativo das alterações cromossômicas estruturais
A alteração por deficiência, ocorre quando há perda de um pedaço do cromossomo e dos genes que existem nele, decorrente de uma quebra.
Na duplicação há a formação de um segmento extra em um cromossomo. Normalmente, esse tipo de alteração cromossômica é bem tolerada, não representando grandes riscos ao indivíduo.
A inversão, como o nome sugere, resulta de uma quebra do cromossomo em duas partes e a rotação dos fragmentos, trocando-os de lugar.
Por fim, a translocação, quando há quebras de cromossomos não-homólogos, ou seja, cromossomos de lotes diferentes, e quando essas partes são trocadas entre eles.
Exemplos de alterações cromossômicas
As euploidias são raras em animais, pois sua ocorrência inviabiliza o desenvolvimento do embrião. Contudo, nos vegetais são extremamente comuns, inclusive, atribui-se às euploidias a capacidade adaptativa e evolutiva das plantas.
Entretanto, as aneuploidias ocorrem muito comumente em humanos. Algumas delas também inviabilizam o desenvolvimento embrionário, porém em muitos casos o bebê nasce e atinge a maturidade, mesmo com limitações biológicas.
Algumas aneuploidias humanas e suas características genéticas:
Síndrome de Down: total de cromossomos = 47; Alteração cromossômica = 3 unidades no 21º cromossomo;
Síndrome de Edwards: total de cromossomos = 47; Alteração cromossômica = 3 unidades no 18º cromossomo;
Síndrome de Patau: total de cromossomos = 47; Alteração cromossômica = 3 unidades no 13º cromossomo;
Síndrome de Klinefelter: total de cromossomos = 47; Alteração cromossômica = 3 unidades no cromossomo sexual, ou seja, em vez de XY, ocorre XXY;
Síndrome de Turner: total de cromossomos = 45; Alteração cromossômica = 1 unidade no cromossomo sexual, em vez de XX ocorre X
*Aberrações cromossômicas*
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Aberrações cromossômicas são alterações na estrutura ou no número de cromossomos de um indivíduo, em relação ao que é esperado para a espécie. Elas podem causar problemas genéticos e até mesmo levar à morte.
As aberrações cromossômicas numéricas podem ser classificadas em euploidias e aneuploidias. As aneuploidias são a forma mais comum e significativa de distúrbios cromossômicos humanos.
As aberrações cromossômicas estruturais podem ser classificadas em: Deleção, Duplicação, Inversão, Translocação.
Alguns exemplos de aberrações cromossômicas numéricas são: Síndrome de Down, Síndrome de Klinefelter, Síndrome de Turner, Síndrome de Edwards, Síndrome de Patau.
Alguns exemplos de aberrações cromossômicas estruturais são: Síndrome Cri-du-Chat, Síndrome de Angelman, Síndrome de Prader-Willi.
Pleiotropia
Pleiotropia ocorre quando um par de alelos condiciona mais de um caráter. Assim, um único gene controla diversas características do fenótipo que em alguns casos não estão relacionadas.
O gene responsável pela pleiotropia denomina-se pleiotrópico.
Pleiotropia em Humanos
Um exemplo de gene pleiotrópico em humano é o que causa a Síndrome de Marfan.
Os portadores do alelo dominante que ocasiona a síndrome apresentam aracnodactilia, dedos longos, finos e curvos. Além de anomalias ósseas e problemas nos olhos, coração e pulmões.
Outro exemplo é a fenilcetonúria. Nesse caso, ocorre uma mutação no gene que codifica a enzima fenilalanina hidroxilase, responsável por degradar o aminoácido fenilalanina.
Os acometidos com fenilcetonúria apresentam incapacidade mental, redução de pelos e na pigmentação da pele, convulsões e movimentos incontroláveis nas pernas e braços.
Pleiotropia e Interação Gênica
Cada um dos fenômenos diferem entre si:
• Na pleiotropia um único gene controla diversas características do fenótipo.
• Na interação gênica, dois ou mais genes interagem e controlam apenas uma característica. Podemos dizer que a pleiotropia é o inverso da interação gênica.
*Herança Quantitativa
A herança quantitativa ou poligênica é um tipo de interação gênica. Ocorre quando dois ou mais pares de alelos somam ou acumulam seus efeitos, produzindo uma série de fenótipos diferentes entre si.
As características podem ainda sofrer a ação de fatores do ambiente, o que aumenta a variação fenotípica.
Na herança quantitativa, o número de fenótipos encontrados depende do número de alelos envolvidos. A quantidade de fenótipos segue esta expressão: número de alelos + 1.
Exemplo: Se houver 4 alelos envolvidos, originam-se 5 fenótipos; Se houver 6 alelos, originam-se 7 fenótipos. E, assim por diante.
São exemplos de herança quantitativa, as características de altura, peso e cor da pele e olhos de humanos.
Epistasia
A epistasia ocorre quando um gene inibe a ação de outro, que pode estar ou não no mesmo cromossomo. Portanto, ocorre quando um gene mascara a ação de outro.
É um caso de interação gênica, quando dois ou mais genes, localizados ou não no mesmo cromossomo, interagem e controlam uma característica.
O termo epistasia deriva das palavras gregas epi (sobre) e stasia (inibição), ou seja, inibição sobre algo.
Para que isso ocorra, existem dois tipos de genes:
• Gene epistático: Aquele que exerce a ação inibitória.
• Gene hipostático: Aquele que sofre a inibição.
Na natureza existem vários exemplos de epistasia tanto em animais como vegetais.
*Interações de genes não- alelos*
Dizemos que a interação gênica é não epistática quando ocorre a interação de dois ou mais genes, mas nenhum alelo impede a expressão de outro. Como exemplo dessa interação, podemos citar o exemplo da forma das cristas de galinha. Existem quatro diferentes tipos de crista de galinha: rosa, ervilha, noz e simples.
A interação gênica pode ser subdividida em diferentes tipos, como:
Interação não epistática
Quando genes produzem enzimas que atuam em diferentes vias metabólicas, os alelos não suprimem a expressão dos alelos de outros locus.
Epistasia
Quando um gene mascara ou interrompe a ação de outro gene não alelo. O gene que inibe é chamado de epistático, e o inibido é chamado de hipostático.
Genes complementares
Quando vários genes não alelos atuam de forma complementar na expressão de uma única característica.
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